Vamos fazer o que?
Escrever sobre restaurantes tem suas vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é antecipar as comemorações e datas especiais. Por conta disso nessa semana tive meu jantar de dia dos namorados. E o que encaixa como uma luva para um jantar assim? Um ambiente intimista, uma decoração aconchegante, música suave, sem ser alta para não atrapalhar a conversa, mas ainda assim, presente para compor o clima. Somado a tudo isso, um prato romântico, que aqueça o corpo e a alma e que seja completo, terminando doce como a noite tem que terminar. O rodizio de Fondue do Bistrô Maia atendia a todos esses pontos e foi a decisão tomada.
Preliminares
Chegamos ao Bistrô e escolhemos nossa mesa. Isso também acaba sendo uma pequena vantagem, pois antecipando o dia dos namorados, conseguimos driblar a grande procura que ocorre naturalmente na noite do dia 12 de junho.
Fomos atendidos cordialmente, como de costume, pelo pessoal da casa. Passei os olhos no cardápio só por desencargo de consciência, pois já tínhamos combinado (minha esposa e eu) que seria a noite do Fondue. E assim foi. Restou apenas escolher um bom vinho para acompanhar o jantar. Prato ordenado, ficamos aguardando ansiosos para começar. Fondue mexe com nossa ansiedade e minha teoria é que isso ocorre por causa das preliminares.A comida não chega à mesa de uma vez, se revelando de cara por inteiro. Ela vem se mostrando aos poucos. Primeiro são colocados os pratos, talheres, taças. Depois chega à mesa o réchaud. Então o garçom acende a chama que manterá a comida quentinha. Na sequência, os acompanhamentos, pães, batata, dadinho de tapioca. A cada passo da preparação a ansiedade para começar vai aumentando. A gente já vai
comendo com os olhos e a imaginação corre solta. Só de lembrar desse momento estou aqui salivando.
Aquecendo o corpo
Tudo posto, ansiedade alta, vamos começar então. A noite fria pedia aquele prato. E para começar, eu segui a tradição, ou seja, comecei com o pão. Mergulhei meu pedaço de pão naquele “ofurô” de queijo derretido. Ele se banhou por inteiro e saiu completamente coberto pelo fondue de queijo.Com cautela para não me queimar comecei a desfrutar o jantar. Era exatamente o que eu esperava. Foi reconfortante, acolhedor. Lembro da frase da minha esposa: “É uma comida que aquece a gente”. Não preciso nem reforçar o quanto o vinho tinto chileno que pedimos combinou com o prato. O pão, por ser o acompanhamento mais neutro, serviu como parâmetro para verificar se o sabor do Fondue era aquilo que eu estava esperando. Gruyère e emental, perfeito. Verificado esse ponto, comecei a explorar os novos acompanhamentos. Batata bolinha e dadinho de tapioca. Combinaram com o queijo mas sou tradicional e ainda mantenho minha paixão pelo pão e queijo. Por um instante voltei ao Vale D’Aosta, Itália, em 2004 quando comi um fondue de queijo memorável também.
As Carnes
Ao lado do réchaud de queijo foi colocado um raclete. Esse estava bem mais quente que o réchaud pois nele faríamos as carnes. Pedaços generosos de filé mignon e peito de frango foram deitados sobre o raclete. Para as carnes, tínhamos os seguintes molhos: Chimichurri *, molho Barbecue, molho Rosé, molho Mostarda e molho de Alho. A carne estava tão boa que pedi para repetir. Com uma pequena dose de ousadia, me atrevi nessa relação e joguei umas gotas do meu vinho tinto no raclete para deglaçar a crostinha impregnada na superfície. Gostei de todos os molhos, mas especialmente do Chimichurri.
O ápice da noite
Tudo legal até o momento. Esquentamos corpo e alma.
Estávamos alimentados e satisfeitos. Mas sabíamos que a noite não terminava ali. O garçom perguntou se estávamos satisfeitos com os pratos salgados para então começar as preparações para o prato doce. Todos os utensílios foram retirados assim como os potinhos com molhos e acompanhamentos.
Com a mesa limpa, recebemos novos potes com frutas e marshmallow e um novo réchaud com um creme marrom escuro que não fazia cerimônia para exalar seu perfume inebriante. Se tudo estava a contento até então, não tenho receio em dizer que na sobremesa chegamos ao clímax de nossa relação com o jantar. A combinação do sabor refrescante da uva com o doce do chocolate meio amargo me conquistou. Morangos, bananas e marshmallow também agradaram muito.
Nós não sossegamos até ver a última gota de chocolate do réchaud ser consumida. Êxtase.
Após o clímax, um cigarro? Não…um café mesmo
Fechamos a noite “pré dia dos namorados” com um expresso, porque não fumo… mas com certeza se fumasse, seria o momento de fumar um cigarro…apenas olhando para o teto… olhar de infinito…
Bistrô Maia
Endereço : Avenida Paulo Faccini, 1539
Telefone : (11) 4803-4035
Site : www.bistromaia.com.br
(*) Chimichurri: Este molho argentino é uma espécie de vinagrete, à base de salsinha, alho, cebola, tomilho, orégano, louro, pimenta preta, vinagre e azeite de oliva. Uma explicação plausível para o nome deste molho está ligada ao irlandês chamado Jimmy McCurry, que teria se oferecido para preparar este molho na Argentina. Como o nome dele era difícil de pronunciar para os argentinos, eles passaram a chamá-lo de “chimichurri”.
Gostou? Quer mandar comentários? Escreva para: [email protected]
2 Comentários
Amanhã estaremos (eu e meu esposo) desta maravilha de fondue ❤️
Matéria incrível ! Obrigada por compartilhar!
Desfrutando *