Confira a entrevista com Wagner Teixeira Freitas, colecionador de carros antigos e morador de Guarulhos.
Wagner, fale um pouco sobre o que você faz.
Sou corretor de seguros e advogado, casado, e possuo três filhos. Moro em Guarulhos há 20 anos. No antigomobilismo, sou diretor no Kombi Clube do Brasil, que além de participar e organizar eventos, é credenciado no Denatran para emitir certificado de originalidade para aquisição de Placa Preta para toda linha de autos, motos e até mesmo caminhões.
Atualmente possuo 8 carros, que são um Fusca 69; Fusca 73; Fusca 94; Kombi 71 em fase final de restauração (montagem); Kombi pickup 75 a iniciar pintura de restauração; Gol BX 86 em fase final de restauração (montagem); Fusca 70; e um Gol GTS 92.
Vamos falar um pouco sobre o antigomobilismo em sua vida?
O antigomobilismo para mim funciona como uma terapia, pois participamos de encontros para aprender, admirar e falar sobre carros, enfim, é o momento em que “viro a chave” da rotina estressante em que vivemos para relaxar, renovar as energias e fazer novos amigos.
Dentre as suas raridades, alguma que tenha uma história e um valor sentimental especial?
Sim. Tenho um fusca 1973, motor 1300, vermelho Montana, o qual na própria década de 70 fora adquirido pelo meu pai. Ele era lojista de carros e esse teve passagem pela loja dele. Em 2015, durante o 8º encontro de carros antigos e especiais de Guarulhos, meu primo esteve com ele no evento. Eu não sabia da história do carro até então. Meu primo comentou sobre o interesse em vendê-lo, momento em que não hesitei em adquiri-lo ali mesmo.
Qual a importância do Kombi Clube Brasil para você?
Somos como uma família, onde procuramos manter viva a história da Kombi e do antigomobilismo em geral. O clube não tem fins lucrativos e também não realiza comercialização de carros e produtos, e isso é o que me motiva participar ativamente do clube, justamente por ser algo extremamente prazeroso, nada mais.
Qual o encontro e a viagem inesquecível?
Foram várias, mas o 9º Volksfriends, em Dezembro de 2015 em Pomerode/SC, foi especial. Partimos eu e à época minha namorada para o encontro, a bordo da “Valdirene”, uma Kombi 1972 azul diamante. Foram 1600 km ida/volta, e sem dúvida um evento incrível e em perfeita companhia.
Qual a sua visão do antigomobilismo no Brasil no momento atual?
Inegável que carro é uma paixão nacional e no momento o brasileiro está claramente externando isso, seja quando vamos a um encontro onde se reúnem aproximadamente mil carros, ou quando passamos pelas ruas e estradas e somos cumprimentados por outros motoristas e aficionados.
Para muitos se tornou um meio de vida, para outros, oportunidades de colecionar, mas vejo que ainda temos muito a evoluir, seja na questão de profissionais especializados, mas principalmente na reprodução de peças de qualidade. Ainda, creio que haverá uma “seleção natural”, pois nem tudo que é antigo, é colecionável, e há muita confusão nesse sentido, bem como muita gente investindo errado e perdendo dinheiro. É preciso entender claramente a sensibilidade do antigomobilismo, e isso ocorre frequentando eventos e se relacionando com o meio.
Em poucas palavras, o que vem a sua mente?
Andar de carro antigo é: higiene mental.
Conseguir uma peça é: um troféu.
Terminar uma restauração é: exercício de paciência e superação.
Um próximo carro é: objetivo constante.
O antigomobilismo em Guarulhos é: orgulho para o guarulhense, luta e perseverança para a organização.