Na maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma empresa brasileira na Bolsa de Nova York (Nyse), o PagSeguro, sistema de pagamentos de compras que pertence ao UOL, levantou pelo menos US$ 2,3 bilhões (R$ 7,4 bilhões) com a venda de seus papéis no mercado acionário americano.
As ações foram cotadas a US$ 21,50 cada uma, acima da parte superior da faixa de preços estipulada no prospecto entregue à SEC (Securities and Exchange Commission, a Comissão de Valores Mobiliários americana), que era de US$ 20,50. O piso estava em US$ 17,50. Foi o maior IPO no mercado americano desde a oferta de ações do Snapchat. Em março do ano passado, a rede social de troca de imagens levantou US$ 3,4 bilhões.
Existem 30 empresas brasileiras listadas na Bolsa de Nova York, das quais 26 emitiram ADRs (recibos de depósitos de ações). Existe a opção de lançar em dois mercados, no Brasil e nos EUA, como foi feito pela Cosan e pela Azul. Netshoes, Atento e Nexa (ex-Votorantim Metais Holding) optaram por lançar ações só nos Estados Unidos, assim como a PagSeguro.
Houve uma forte demanda de grandes grupos de investidores nos EUA, onde diretores da PagSeguro passaram os últimos dias apresentando os dados financeiros do grupo. Estimativas de agências de notícias afirmam que a demanda por papéis da empresa superou em mais de dez vezes o volume de ações oferecido.
A oferta envolveu 105,4 milhões de ações, sendo 50,9 milhões de novas ações e 54,5 milhões oferecidas pelo UOL, número superior ao previsto inicialmente. “Eles têm o pedigree para atingir esse patamar de vendas. O setor de pagamentos no mercado de tecnologia é um bom setor para estar no momento”, diz David La Placa, diretor do Intellectus, grupo de análise financeira de San Francisco especializado em IPOs.
O dinheiro levantado pela PagSeguro, segundo a empresa, deve ser usado para realizar investimentos “em tecnologias ou em produtos que são complementares ao nosso negócio”.