O G7News questionou os representantes do “Movimento Cabuçu é Pulmão”(movimento popular contra o aterro de lixo da empresa Veolia em área de manancial e proteção ambiental contrário a lei ambiental) sobre as condições atuais da região do aterro após o deslizamento ocorrido no dia 28 de dezembro.
Leia:
“Devido a falta de transparência da CETESB e da Prefeitura de Guarulhos, nós estamos monitorando, conforme a direção do vento, o odor muda de bairro e também de direção.
Os bairros atingidos até agora foram Continentais I. II e III, Palmira, Cabuçu, Sitio São Francisco(próximo ao Shopping Sonda) e Jardim City. Há também relatos do Jardim Rosa de França mas não estivemos no local .
Apesar da Prefeitura negar o impacto ambiental, a CETESB já informou que foi suprimida uma área de 1000 metros quadrados de mata atlântica, esta é a área onde não havia a manta que deveria proteger os cursos d’água superficiais, o lençol freático e rios .
O odor fétido causa insônia, vômito, stress e problemas respiratórios, psíquicos e câncer com o passar do tempo, importante ressaltar que os equipamentos de saúde da cidade já estão sem médicos e remédios, além da superlotação.
Outro aspecto que nos preocupa é a questão da avifauna, pois o lixo ao ar livre atrai urubus e outros pássaros que podem comprometer a segurança aérea, em razão disso e pela proximidade do aeroporto, o controle para evitar a presença dos animais está sendo feito através de rojões, o que, além de ser ineficiente em razão da busca instintiva por alimentos, é prática proibida.
A falta de transparência da CETESB e da Prefeitura de Guarulhos é total. Com a decretação da situação de emergência, o comitê criado para acompanhamento das ações deveria contar com integrantes da sociedade civil, através dos conselhos ou da comissão que fez a manifestação, em frente ao aterro, no último dia 31 de dezembro.
Infelizmente, o poder público mais uma vez se exime de ouvir a população, a qual quer ajudar e que sofre o impacto diretamente. O secretário de serviços públicos e o Prefeito desmentem e amenizam a caótica situação em que o aterro se encontra neste momento.
Sugerimos o emprego direto de substância química alcalina nos resíduos, o que inibe o odor ou outras técnicas que diminuam o impacto desta tragédia mas parece que o poder econômico se sobrepõe à vida.
O Prefeito está ‘comprometido” com a empresa francesa Veolia que administra o aterro municipal, através da empresa Proactiva que é do mesmo grupo da CDR, o qual quer trazer um novo aterro ao município quase 10 vezes maior que o municipal, e que atenderá várias cidades sob a alegação de ter excelência técnica, tecnologia e controles eficientes.
Nós, os moradores, somos testemunhas da excelência nesta TRAGÉDIA ambiental, social e econômica.
Vinhamos alertando sobre o risco de deslizamento e também sobre risco da instalação de novo aterro, o qual contraria a lei da APA(área de proteção ambiental) em área de proteção ambiental e manancial ( 10% da nossa água) .
Alguns suspeitam deste acidente, pois o mesmo foi providencial à empresa administradora visto que a mesma enfrenta dificuldades e resistência em obter o licenciamento para a construção de novo aterro.
Segundo o senhor Geraldo, responsável pela agência da CETESB em Guarulhos, eles vão aguardar o resultado das perícias mas desconfiam de uma bolha de gás, o que piora em muito a situação.”
Nas imagens obtidas com exclusividade pelo G7News, pode-se verificar que o deslizamento no aterro ainda não cessou.