Workshop Harmonizado
No dia 10 de Agosto foi realizado um workshop harmonizado de whiskies na MIG Gastronomia. Nesse evento foram servidos 7 rótulos diferentes de whiskies harmonizados com 7 pratos diferentes. Um dos objetivos deste workshop era apresentar aos participantes diferentes tipos de whiskies com seus sabores e peculiaridades. Aproveito esse gancho para explicar um pouco de cada tipo de whisky.
Um passo atrás
Antes de entrar nos tipos de whiskies, vamos voltar um pouco no tempo para explicar rapidamente a origem e evolução dessa bebida, como ela saiu do anonimato para o glamour. O homem consome bebidas alcoólicas há mais de 10.000 anos. Por questões de limitações tecnológicas, a maior parte desse tempo, cerca de 9.500 anos, foi de consumo de bebidas fermentadas enquanto o consumo de destiladas tem pouco mais que 500 anos. A primeira produção documentada de whisky data de 1494 quando foram registrados 48 galões de malte para produção de Uisge Beatha (água da vida, em Celta antigo).
Rústica e Bruta
Inicialmente, o whisky era uma bebida rústica e bruta, não sendo apreciada pelas camadas mais nobres da sociedade. Mas dois fatores quase contemporâneos levaram o nosso querido whisky para o gosto da alta sociedade. O primeiro deles foi a criação do Blended Scotch Whisky em 1853, com o intuito de gerar uma bebida mais suave para o paladar europeu predominante na época. Nesse período o europeu consumia Brandy (conhaque é um tipo de Brandy, por exemplo) em larga escala, era assim a bebida destilada dominante.
Ou seja, resumidamente, algumas empresas criaram e lançaram no mercado uma bebida mais suave, o Blended Scotch Whisky. O segundo fato, também muito importante, foi a praga de Filoxera que assolou a Europa de 1870 a 1890. Filoxera é um inseto que ataca as parreiras e dizimou milhares e milhares de videiras por toda a Europa. Com isso a produção de uva foi drasticamente afetada e por consequência a produção de Brandy, que é o destilado feito a partir do vinho. Com a soma desses dois fatores, o europeu começou a se acostumar com o whisky e tomou gosto pela bebida.
Tipos e Sabores
Agora que já fizemos essa breve viagem no tempo, podemos falar um pouco sobre os tipos e sabores dos whiskies. Mantendo a simplicidade para explicar os tipos de whisky, podemos, de forma geral, dividir os whiskies da seguinte forma: Single Malte, Blended e Bourbons. A designação de cada tipo de whisky vem sempre escrita em seu rótulo.
Single Malte
Whisky Single malte é feito com cevada maltada. Em linhas gerias, ele é uma bebida mais complexa, entregando uma gama maior de aromas e sabores. Aqui vai uma dica que normalmente funciona: para identificar se o whisky é um single malte, ele, muito provavelmente, terá o nome da região que foi produzido. Algumas expressões disponíveis no mercado nacional são: Glenfiddich, Glenlivet, Glenmorangie, Jura, Cardhu, Macallan dentre outros tantos. Nessa semana, recebi com entusiasmo a notícia que a tradicional Cervejaria e Destilaria Backer começou a comercializar seu primeiro Single Malt: o Três Lobos.
Segundo a Backer, “o Whisky 3 Lobos é um Single Malt artesanal destilado em alambique de cobre, utilizando malte cervejeiro, e possui aroma frutado, adocicado, com notas de baunilha, pera e mel”. Uma ótima iniciativa e torço para que prospere. Fazendo um paralelo, whiskies foram introduzidos no Japão apenas em 1918, e hoje o Japão é um dos países mais premiados nas competições internacionais de whisky. Quem sabe não esteja começando aqui uma história de sucesso no Brasil também?
Blended Scotch Whisky
Ele é a mistura de alguns tipos de whisky. Nessa mistura estão whiskies single maltes e whiskies de grãos não maltados, como milho, trigo, centeio e a própria cevada. É uma bebida mais suave que o single malte, tanto em aroma como em sabor, o que não é nenhum demérito. A dica para o blended é similar, mas um pouco diferente: se o whisky tiver nome de uma família, muito provavelmente ele será um blended. Expressões conhecidas de Blended: Johnnie Walker, Chivas, Buchannas, Ballantine’s, Jameson dentre outras.
Bourbon
Bourbons são whiskies feitos com grande porcentagem de milho. Pela legislação norte americana, para poder ser classificado como Bourbon, a bebida precisa ser preparada com pelo menos 51% de whisky de milho. Isso imprime um sabor mais adocicado nos bourbons. Outro ponto é a obrigação por lei de utilização de barris virgens, o que acentua sabores e aromas adocicados como mel, baunilha e caramelo. São os queridinhos para preparações de drinks. Aqui não há nenhuma dica para descobrir pelo nome se a bebida é um bourbon. Nesse caso, você terá que ver o rótulo mesmo. Exemplos de bourbons: Jack Daniel’s, Jim Beam, Wild Turkey, Woodford, Buillet dentre outros.
Harmonização
Harmonização é um capítulo à parte. Nesse workshop apresentei aos participantes harmonizações que iam de doces a salgados. Eles tiveram oportunidade de sentir a combinação entre os whiskies servidos com ganache de chocolate, risoto e até carne de porco. Isso para demonstrar que o whisky pode ser uma bebida versátil, podendo ser servido como um aperitivo, como acompanhamento de um prato principal e até mesmo com a sobremesa ou como um digestivo.
Perdeu essa?
Se você tem interesse pelo assunto e não teve oportunidade de participar desse evento, acompanhe aqui pelo G7 News que em breve faremos um novo workshop harmonizado de whiskies. Nele terei oportunidade de entrar com mais detalhes em cada um desses temas. Tudo isso regado com uma boa bebida e pratos sofisticados.
Degustação de Whisky
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MIG Gastronomia
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1 Comentário
não tem nada como um bom copo de whisky pra relaxar e refletir sobre a vida. saber mais sobre a bebia da mais vontade de apreciar! parabens!