Essa é uma questão mais comum do que parece. São pensamentos secretos, muitas vezes inoportunos, relacionados à pessoas que você se preocupa ou a si mesmo, que surgem nas horas e lugares mais impróprios e indesejados. São perturbadores e sem controle aparente, desencadeando medos, ansiedades e confusão no raciocínio naquele instante.
Muitos pesquisadores os chamam de “pensamentos intrusivos”, porque surgem de repente sem nossa permissão deslocando a atenção e concentração do objeto presente. Como são desencadeados pela ansiedade, podem surgir medos com impulsos incontroláveis tais como pensamentos catastróficos, medo de avião, pensamentos suicidas, vontade de gritar, de chorar, de realizar trocas afetivas proibidas, ou qualquer ato absurdo, os quais sabemos que talvez nunca faríamos ou nunca aconteceria. No entanto, quanto mais negarmos esses pensamentos, mais intensos se tornarão. Porém, a tomada de consciência desses impulsos, aparentemente improváveis, aumenta nossa responsabilidade em auxiliar na resolução e elaboração do conteúdo que estamos reprimindo, assim como desafiar esses pensamentos poderá ajudar a enfraquecê-los.
Portanto, essas ações podem ser um alerta à necessidade de resolução de conteúdos ainda não resolvidos, os quais, cedo ou tarde, teremos que enfrentar e, assim, extinguir o medo do descontrole diante desses impulsos recorrentes.
Já outros impulsos mais obsessivos e permanentes, exigem maiores cuidados e observação, visto que podem estar relacionados à transtornos muito semelhantes, acrescidos de igual característica, como por exemplo, o (Toc) – Transtorno Obsessivo Compulsivo, o qual além dos impulsos e pensamentos involuntários, envolvem atos e atitudes descontroladas e repetitivas que irão interferir no dia-a-dia de forma prejudicial às rotinas diárias, como por exemplo certificar-se várias vezes se fechou uma porta ou se desligou o gás, mania exagerada de limpeza, de organização, ou quaisquer outros atos repetitivos sem que haja um controle adequado dos mesmos.
O fato é que a maioria desses descontroles poderão ser transitórios ou podem estar relacionados a algum tipo de transtorno, os quais podem ser de origem ansiosa a qual se faz necessária uma avaliação clínica e psicoterapêutica para eventual acompanhamento.
Por Valnei J. Reime – Psicólogo, Psicoterapeuta e Professor – Especializado em Psicossomática
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Fontes de referências e pesquisas: “O homem Que Não conseguia Parar” – David Adam.
“Sua Voz Dentro De Mim” – Emma Forrest.
“Medos, Duvidas e Manias – Albina R. Torres.