Muita História
Após uma semana atípica na Índia, cheguei na Alemanha. Se por um lado a Índia tem suas peculiaridades fascinantes, a Alemanha, de uma forma diferente, também tem uma cultura e estilo de vida muito diferente do que estamos acostumados no Brasil. Não vou aqui fazer um “resumão” para prova de vestibular, apenas uma visão rápida sem grandes preocupações com datas e nomes. A Alemanha tem sua história balizada pelas guerras. Foi no século I, quando os Romanos ampliavam seus domínios (Grande Império Romano), que por ordem do Imperador Augusto, iniciou a tentativa de invasão da Germânia. Os mais antigos registros históricos dos Germânicos datam dessa época. No ano 9, o exército Romano foi derrotado e o território Alemão ficou fora do Império Romano.
O “Muro”: ele data de 13 de agosto de 1961. 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas para ferozes cães de guarda. O Muro de Berlim começou a ser derrubado em 9 de Novembro de 1989. O evento é conhecido como “queda do muro”.
A Alemanha é uma república parlamentar federal de dezesseis estados e é a quarta maior economia do mundo (PIB nominal). O país tem desenvolvido um alto padrão de vida e estabeleceu um sistema global de segurança social. Foi um dos membros fundadores da Comunidade Europeia (CE), em 1957, que posteriormente se tornou União Europeia, em 1993.
Pequena adorável
Estou em uma graciosa cidade no sul da Alemanha, no estado de Baden-Württemberg, chamada Villingen-Schwenningen. Ok, eu concordo que são muitas consoantes juntas, mas com um pouquinho de persistência você acaba se acostumando. Como já disse é uma cidade adorável e em especial nessa época do ano ela fica ainda mais charmosa. Além das feiras natalinas, você nota que todos já estão no clima de festa. Muitas lojas vendendo enfeites de Natal, uns mais bonitos que os outros. É encantador. Posso dizer que Villingen é uma cidade relativamente pequena, mas mesmo assim, tudo funciona como deveria funcionar. Claro que ela tem seus problemas também, mas para um visitante, como é meu caso, são imperceptíveis.
Não me cabe aqui fazer juízo de valores ou comparações, pois há tantos fatores que precisam ser avaliados que não chegaria a conclusão nenhuma, apenas estou relatando admirado a beleza do lugar e o funcionamento da cidade que mais parece um relógio (não vou cair na tentação de falar um relógio suíço, pois seria uma heresia aqui…). Falando em relógios, essa região que estou é famosa por ser o berço do relógio cuco. Não se sabe ao certo sua origem, mas estudos apontam que ele tenha sido criado aqui, na Floresta Negra. O relógio cuco se tornou um ícone cultura da Alemanha. Falando em Floresta Negra, esse foi o cenário de diversos contos de fadas dos Irmãos Grimm, como Branca de Neve, João e Maria e Chapeuzinho Vermelho. Interessante não?
A Comida
Como não gostar da comida alemã? Impossível. Muitos queijos, embutidos, carnes e massas. Tudo isso regado com um generoso copo de cerveja. Deixei minhas experiências gastronômicas da Índia de lado e mergulhei de cabeça nessa culinária tão rica e deliciosa. Mas você não precisa passar vontade ai não. Deixo aqui o link para você relembrar a visita que fiz no Schoppen, restaurante alemão na nossa cidade.
Lá você poderá desfrutar um pouco da gastronomia alemã:
Se você quer tomar uma cerveja como as que encontro aqui, deixo também outra dica bem legal. Você pode visitar a recém-inaugurada loja “Mestre Cervejeiro” em Guarulhos, na Renato Maia. Confesso que vários rótulos de cerveja que vi aqui, já tinha experimentado no Mestre Cervejeiro. Vale a pena conhecer.
Dejejum
Uma farta oferta de alimentos. Muitos tipos que queijos, embutidos, salsichas, pães, geleias, saladas, dentre outras coisas. Não há nada exótico como experimentei na Índia.
Por outro lado a qualidade dos alimentos é algo fora do comum.
Seja pela crocância dos pães, pelo frescor dos embutidos ou a delicadeza das geleias, todos os produtos oferecidos no café da manhã parecem que saíram dos produtores minutos atrás. Tive oportunidade de visitar uma feira livre e notar que muitos produtores têm oportunidade de oferecer seus produtos diretamente para o público. Tudo muito fresco. Engraçada foi a sensação de estar andando em uma feira livre de rua, dentro de um freezer.
Carnaval – Raclette
Fui convidado para um jantar com minha equipe da Alemanha. Foi o jantar anual de confraternização e por coincidência minha viagem me fez estar presente nesse dia. Fomos inicialmente ao museu do carnaval. Recepcionados por uma senhora de 70 anos que conduziu a turma com quase 20 pessoas pelas instalações do museu, contando as histórias ligadas ao início do carnaval na região, sobre as fantasias e tudo mais. Como vocês podem imaginar, um carnaval completamente diferente do que vemos no Brasil. Após essa interessante visita, fomos todos em um restaurante especializado em Foundue e Raclette. No Brasil, nós estamos um pouco mais acostumados a Foundue do que Raclette.
Esses dois pratos são comuns nas festas de fim de ano aqui. Inúmeras pessoas optam por um desses pratos em suas refeições comemorativas de final de ano. A explicação é bem pertinente: são pratos que não exigem um preparo complicado, onde quem faz a comida fica isolado na cozinha. Não, esses dois tipos de preparo são feitos a mesa, e sendo assim, todos tem oportunidade de comer e conversar. Uma ótima opção, mas que faz mais sentido quando estamos com o clima frio, afinal ninguém faz Foundue ou Raclette no verão, não é verdade. Ou seja, aqui para eles, esse prato é sinônimo de festa de final de ano. Recebemos então vários ingredientes para preparar nossos Raclette: cogumelos, pimentões, picles, tomate, carne de frango, carne de boi, bacon, batatas cozidas e várias fatias de Queijo Raclette
Acho que na foto é mais fácil entender como funciona, mas vou descrever de forma bem simples. Ele possui uma pedra aquecida (por baixo). Sobre a pedra você coloca as carnes para serem preparadas, o frango, boi e bacon. Na parte de baixo, existe uma abertura como se fosse uma abertura de uma gaveta de armário (só que sem a gaveta). Nela você coloca umas pazinhas de metal (com o formato muito parecido ao de uma pazinha de praia). Nessa pazinha, você coloca os ingredientes disponíveis (mencionados acima) e cobre eles com o queijo raclette. Como se fosse uma cama e o queijo o cobertor. Colocando a pá com os alimentos na parte de baixo da pedra, o aquecimento faz com que o queijo derreta sobre os alimentos. Daí você escolhe o ponto que quer seu queijo tostado. Raclette vem do francês racler, que significa raspar. O queijo Raclette é um queijo de consistência média feito à base de leite de vaca cru. Aqui fazemos um pequeno adendo. Você sabia que por vários anos a comercialização de queijo de leite de vaca cru era proibida no Brasil? Sim, apenas no ano passado essa lei foi modificada e agora aos poucos poderemos ter acesso aos queijos artesanais feitos no país. Além do decreto federal de março de 2017 que deu flexibilidade para produção desse tipo de queijo, cada estado organiza sua legislação de acordo com a realidade da produção artesanal que ocorre lá. Minas Gerais foi o primeiro estado a regulamentar a produção desse tipo de queijo (não posso dizer que fiquei surpreso), mas outros estados estão indo na mesma direção. Dessa forma, ficará mais fácil encontrar queijos raclette em breve no comércio.
Inúmeras variedades
Tenho aproveitado para comer apenas comidas típicas da Alemanha. Repolho azedo, o sauerkraut (conhecido por nós como chucrutes), um tipo de bife à milanesa de porco, o schwein schnitzel (sei que os alemães que lerem essa parte podem ficar bravos. “Como assim, bife à milanesa?”. Mas não fiquem chateados, apenas para dar a referência para o pessoal…), macarrão rustico e curto, o spaetzle. Difícil dizer qual gostei mais. Já sei. Gostei de tudo…kkk. Claro, sempre regado a um bom copo de cerveja.
Nhoque doce
Fugindo um pouco de uma das mais conhecidas sobremesas alemãs, a torta de maçã (apfelstrudel), comi aqui uma outra maravilha da Alemanha, o zwetschkenknödel. Ok, não vou pedir para você pronunciar esse nome, kkk. A maneira mais fácil de descrevê-los para quem nunca teve oportunidade de experimentar seria compará-los a um nhoque doce recheado com goiabada ou ameixas. São servidos secos ou com alguma calda. No meu caso eu apreciei essas delícias com sorvete e uma farofinha doce de farinha de pão. Para aqueles que nunca experimentaram, recomendo.
Especial Alemanha
Capital : Berlim
Área : 357.051 m²
População : 81 milhões (2017)
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