O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial, desacelerou de 0,38% em fevereiro para 0,10% em março, conforme divulgado nesta sexta-feira, 23 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, esta foi a menor taxa do indicador para um mês de março desde 2000, quando ficou em 0,09%. A queda em relação ao mês anterior foi puxada pelas tarifas de telefone fixo, que sofreram redução de 0,94% em função da redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel, em vigor desde 25 de fevereiro.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, dois sofreram deflação em março: alimentação e bebidas, que caiu 0,07%, e Comunicação, com queda de 0,19% puxada, sobretudo, pelas tarifas de telefone fixo.
A maior alta de preços foi observada no grupo de Saúde e cuidados pessoais, que avançou 0,54%. A pressão neste grupo, segundo o IBGE, partiu do reajuste em planos de saúde (1,06%).
O grupo dos alimentos, que responde por cerca de 1/4 das despesas das famílias, registrou queda de 0,07%, puxada pela redução de 0,29% da alimentação no domicílio. Segundo o IBGE, vários produtos alimentícios tiveram deflação na passagem de fevereiro para março. Os maiores destaques foram as carnes, com redução de 0,66%, e do tomate, que caiu 5%.
O grupo de Transportes teve alta de 0,07% influenciada pela variação de 1,30% nos ônibus urbanos, em razão dos reajustes aplicados nas regiões de Goiânia, Fortaleza, Rio de Janeiro, Belém e Porto Alegre. Em contrapartida, no mesmo grupo, as passagens aéreas tiveram queda de 15,33%, sendo responsáveis pelo maior impacto negativo no índice.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de fevereiro a 15 de março de 2018 e comparados com aqueles vigentes de 16 de janeiro a 15 de fevereiro de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.